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Mostrando postagens de novembro, 2018

NÃO PODEMOS SER OS PALHAÇOS SOCIAIS DE TODOS OS ANOS DE CONSCIÊNCIA NEGRA

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Passado o mês da consciência negra é necessário uma avaliação: será que já adquirimos, nós enquanto negros nosso lugar se dentro da casa grande ou dentro da senzala - dada pelo colonizador?  “Nos salões elegantes dançavam, damas e senhores e nas senzalas os “escravos” dançavam entoando seus tambores” Casa Grande e Senzalas - Mangueira 1962. Esse samba já incitava a consciência coletiva que nossos pretos escravizados tiveram, não podemos alimentar os casarões e permanecer nessas de estar tudo bem se está bem pra mim. É necessário cada ano avançamos um pouco lacônico no que queremos; sabedores que quando o tambor entoar é o momento de um novo levante e não para silenciar o som da casa grande.  "Uma mesa não se enche de frutas só para alimentar a fome, ela serve de chamamento para compartilhar muito alem de matar a fome". Muitos passos são dados nas garantias dos direitos afirmativos e nem todos sabem disso, não é a festa pela festa, sim momento de discussão, não

CURIAÚ/CRIAÚ REALIZA RODA DE CONVERSA COM OBJETIVO DE DAR FORTALECIMENTO AS COMUNIDADES EM PROCESSO DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

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“A roda é algo sagrado para o povo preto, seja com um tambor ao centro ou tão somente o núcleo como testemunho de grandes revoluções ou como infindáveis noites de cantos e danças sempre no objetivo maior que é o da transmissão de algo promissor de um povo”. Nesse dia (29) a comunidade de Criau/Curiau realizou uma roda de conversa com as comunidades quilombolas em processo de regularização fundiária, que vale destacar que tem o seu início com a certificação emitida pela Fundação Cultural Palmares, e posterior a isso, a entrada junto aos órgãos competentes para prosseguir num longo e penoso caminho ao tão sonhado título definitivo de comunidade quilombola. A comunidade do Curiau teve sua titulação de forma especial através do decreto 4887 e não passou pelo simbólico processo em que as outras estão inseridas, dessa forma, aproveitando o calor do mês da consciência negra, o líder comunitário Sebastião Meneses, juntamente com Isis Tatiane, Geovana Ramos, Alex Ramos e Joelma Menese

Grife Zwanga lança coleção Baobá no ModAmazon

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A grife Zwanga African Fashion lança neste domingo (02) a coleção Baobá no ModAmazon Amapá, evento dedicado a moda regional. A marca apresentará a sua 4ª coleção de moda afro 100% amapaense e nesta edição contou com a parceria do SENAC que através da turma do curso de costureiros produziu todas as roupas. Em sua nova coleção, a Zwanga foi buscar inspiração na beleza ancestral da mulher negra com mais de 40. Como afrodescendente, a marca buscou transmitir nas suas peças a beleza da continuidade da vida da mulher negra. “Conhecer para valorizar. Esse é o espirito da coleção que fala da sabedoria da mulher negra mais velha, que assim como a tradicional árvore africana Baobá, é um dos ícones fundamentais da cultura africana, símbolo da realeza e do poder dos ancestrais, além de ter um papel central na formação da sociedade brasileira”, destacou a designer de moda Rejane Soares idealizadora da marca e responsável pela criação da coleção. A Zwanga é uma marca comprometida com res

OS FILHOS DO CRIAÚ E SUA BANDAIA CONTAGIANTE NO XXIII ENCONTRO DOS TAMBORES

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O rodar de saia da nega Geovana Quando eles chegam é sempre significado de energia e animação. O batuque dos Filhos do Criau e diferencial. O batuque na comunidade é conhecido como bandaia e já existe desde as primeiras gerações na vila do Curiau de baixo, a musicalidade é feita de tambores: amasso, macaquito ou amasso, repinique e completando o conjunto pelo menos três (3) pandeiros.  As cantigas são bandaias que retratam o dia a dia ou relembram “causos” como da briga da Maria ou do chuveiro do seu chuteira, a criatividade desses compositores fecunda e intrigantes. Em todo o estado do Amapá tem semelhança só no batuque de São Pedro dos Bois.  Os Filhos do Criau na sua maioria é composta por membros da família Ramos o que nem sempre, pois tem membros de outras famílias. Esse projeto já traz na sua concepção o resgate do nome original da vila “CRIAÙ”, era assim que os ancestrais e guardiões ainda chamam a comunidade. Esse ano o batuque dos Filhos do Criau fez homenagem

PARABÉNS MARABAIXO DA JUVENTUDE PELOS SEUS 4 ANOS

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Eu falo isso sem medo de errar, como um pesquisador participante, vivencio esse convívio da juventude fazendo o registro e posso dar o testemunho. Antes os grupos eram extremamente divididos numa de elevação de cada grupo tradicional do marabaixo, coisa que ainda não se esgotou por inteiro. A gente pode apresentar toda a pompa de grupos como: Igarapé do Lago, Campina Grande, Elísia Congo, Ancestrais, Raimundo Ladislau, Pavão, cada um com suas indumentárias, caixeiros, cantadores e cantadeiras, bastantes criativos e já apresentando novas composições no que surpreendem a cada apresentação e, muitos são os cantadores que atravessam do laguinho para a favela e da favela para o laguinho com a maior naturalidade, diferente de tempos passados.  Eu me lembro da primeira vez em que vi um grupo da juventude do marabaixo se reunir, ainda que cada um na sua, foi numa reunião de trabalho na seafro em 2013, a Mery Baraka juntamente de Antônia Lino, chamaram a juventude que já queriam espaç

ENCONTRO DOS TAMBORES É MUITO MAIS DO QUE DANÇAR E CANTAR, TRATA-SE DA AUTO AFIRMAÇÃO DA COMUNIDADE NEGRA DO ESTADO DO AMAPÁ

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O encontro dos tambores é um momento de autoafirmação das associações e grupos organizados que praticam a cultura do tambor, seja do batuque ou do marabaixo, com espaço também para as religiões de matriz africanas e as manifestações urbanas como o hip hop e capoeira, ou seja, a manifestação da cultura negra tem o espaço do seu manifesto exaltando a cultura negra em todo o estado e em muitas edições com convidados da Guiana Francesa. É a reafirmação da identidade negra no estado do Amapá que acontece durante a semana da consciência negra de 18 a 25 de novembro, tendo como espaço as dependências do Centro de Cultura Negra, hoje denominado de Raimunda Ramos, que desde 1996 tem a administração da União dos Negros do Amapá (UNA). Os dois primeiros encontros foram realizados na comunidade quilombola de Curiaú nos anos de 1995/96, de início eram poucos grupos o que naquela época já houve questionamentos e a necessidade de um novo espaço e gostariam que acontecesse num lugar neut

UM GRUPO DE GUIANESES ESTIVERAM EM MACAPÁ PARA PRESENCIAR A ORGANIZAÇÃO DO MOVIMENTO NEGRO LOCAL DURANTE O MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA.

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França e Brasil travaram uma longa batalha pela que ficou conhecido como área do contestado que no ano de 1900 foi decretado através do laudo suíço delimitando o rio Oiapoque como limite na fronteira distante da capital 600 quilômetros, “antes não existia divisão o povo era um só”, ressaltou Edmar Elfort que desde 2013, vem intensificando um intercambio e formando uma rede de pessoas com interesse em aprofundar essa relação de forma descentralizada, para estudar a organização do movimento negro local.   Dessa vez, um grupo formado por ativistas sociais, funcionários públicos e de descendentes Saramakas em número de 12 pessoas estiveram de 17 a 21 de novembro cumprindo uma programação variada com idas a quilombos e visitas a famílias descendentes dos negros Saramakas residentes hoje em Macapá, um momento que para Francine professora e documentarista da Guiana “essa relação de aprendizado é muito importante, pois na Guiana nós não temos livros didáticos lá como vocês tem aqui cap

TAMPACK UMA COMUNIDADE SARAMAKA NA MARGEM ESQUERDA DO RIO OIAPOQUE QUE VIVE NO DIÁLOGO CONSTANTE COM OS SEUS ANCESTRAIS

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" Sou um viajante de minhas indagações que trafega pela história da cultura negra. Os meus escritos vem de relatos, das coletas orais ainda presentes em cada lugar. Dessa vez, descrevo uma comunidade emblemática para o povo do outro lado da fronteira, simbolo da resistência".  O povo Saramakas. Esses travaram uma guerra contra holandeses e franceses, onde a principal estratégia era não revelar aos brancos seus grandes líderes. Dessa forma se espalharam por toda a região do platô da Guiana. Existe uma mística sobre esse povo ligado a mandinga, para qualquer coisa logo se diz: “o povo Saramakas é poderoso”, realmente ao lado deles nos sentimos fortes, eles tem uma ligação direta com os ancestrais, onde uma das questões bastante representativa foi o fato de no momento de assinatura de tratado com seus perseguidores ter sido celebrado tomando o sangue um dos outros num ritual de honra. Como nota em (1975) Suriname de onde saiu a maioria desse povo,  passou a se chamar &quo

AMAPÁ ROTA DE FUGA DOS NEGROS BRASILEIROS A ZONA DO CONTESTADO E GUIANA FRANCESA

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Estamos no mês da consciência negra onde serão realizadas varias atividades de valorização de toda uma trajetória de luta em sociedade da população afro no Amapá , e se tratando de contextualizar uma parte da história que não foi escrita, a N ação M arabaixeira realizará no dia (18 ) no Cluber do Piru o encontro Amapá/Guana com o tema: “AMAPÁ ROTA DE FUGA DOS NEGROS BRASILEIROS A ZONA DO CONTESTADO E GUIANA FRANCESA”, você é nosso convidado.

OS PRIMEIROS PASSOS DO MOVIMENTO NEGRO NO AMAPÁ ANTES E PÓS UNA

Eu tenho um entendimento que desde a chegada   da primeira levada de negros ao Amapá século XVI, quando esse entoou os toques dos tambores, entendo isso como movimento negro, é claro que não de forma estruturada, pelo menos imaginávamos, pois grande parte dos negros eram isolados do resto do Brasil, mesmo esse tendo passado pela construção da cidade de Belém, Rio de janeiro, e vale ressaltar que por onde o negro passa, ele deixa o rastro de sua calhada, de certo, cabe a data de fundação de uma consciência alinhavada com o resto do mundo, onde a valorização da negritude recebe amoedo dos negros aliados as estruturas de poder, sobre tudo, a visibilidade do negro no Amapá, mas tudo passa pela compreensão do próprio negro que na maioria das vezes se exclui e, não ver que juntos torna-se mais forte. Vejo que foi com esse intenção que surge uma nova mentalidade, onde com muita sapiência à Alexsara de Souza Maciel sintetiza em sua abra os primeiros passos de um movimento unificado

A COMUNICAÇÃO ANCESTRAL DE NEGROS NA FRONTEIRA BRASIL-GUIANA FRANCESA NOS SÉCULOS XVIII E XIX

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“Antes de conhecer os outros, temos de conhecer a nós mesmo”, Oliveira Silveira. Muitos do movimento negro não tem esse mesmo entendimento. O colonizador usou todos os termos da vivência negra de forma pejorativa que ao longo dos tempos, vem ganhando outros significados como: Malungos, Mocambo, quilombo, pelourinho, senzala, negro, fugitivo. Vale uma nota – os maiores levantes do povo negro durante o período de trabalho forçado, foram organizados nesses ambientes. Da Casa Grande à senzala, formou-se uma rede de comunicação que passava pelas amas de leite, mulheres quitandeiras, negro de ganho, os tigres, os capoeiras, as rodas de batuques, tendo como ponto final o quilombo. Resinificar o passado é preciso. Quem trabalhava na casa grande eram os negros (as) domesticadas, quase sempre elas mantinham uma relação com outro negro, seja ele capataz ou capitão do mato. Os negros de ganho foram aqueles que na ausência do seu dono vendia o que à patroa fazia e não tinha coragem