UM GRUPO DE GUIANESES ESTIVERAM EM MACAPÁ PARA PRESENCIAR A ORGANIZAÇÃO DO MOVIMENTO NEGRO LOCAL DURANTE O MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA.
França
e Brasil travaram uma longa batalha pela que ficou conhecido como área do
contestado que no ano de 1900 foi decretado através do laudo suíço delimitando o
rio Oiapoque como limite na fronteira distante da capital 600 quilômetros, “antes
não existia divisão o povo era um só”, ressaltou Edmar Elfort que desde 2013,
vem intensificando um intercambio e formando uma rede de pessoas com interesse
em aprofundar essa relação de forma descentralizada, para estudar a organização
do movimento negro local.
Dessa
vez, um grupo formado por ativistas sociais, funcionários públicos e de
descendentes Saramakas em número de 12 pessoas estiveram de 17 a 21 de novembro
cumprindo uma programação variada com idas a quilombos e visitas a famílias descendentes
dos negros Saramakas residentes hoje em Macapá, um momento que para Francine
professora e documentarista da Guiana “essa relação de aprendizado é muito
importante, pois na Guiana nós não temos livros didáticos lá como vocês tem
aqui capas de nos contar, muitos nunca ouviram falar dessa área do contestado”,
ressaltou Francine.
No encontro
com a família Tavares ouviram a saga do seu Avulú Samane, ele chegou ao Amapá através
de um navio aos 18 anos e logo após se embrenhou nas matas de Serra do Navio
para trabalhar como garimpeiro e mesmo constituindo família, sempre falava que
todo o seu empenho era na busca de uma grande riqueza , coisa que não aconteceu
e nesse sentido a atitude de nossa mãe Marcelina, foi fundamental pela vinda da
família para a cidade, pois ela queria que os seus filhos estudasse, pois se
ela não tivesse feito isso, ficaríamos embrenhados na mata, pois como
descendentes Saramakas ele tinha um envolvimento com a terra. Falou Moises
Tavares.
A excussão
de conhecimento se encerrou com uma ida ao Curiau, aonde conheceram um pouco da
história do lugar: maloca da tia Chiquinha, capela de são Joaquim, as vilas do Curiau
de baixo e do Curiau de fora, chegando até a comunidade de Casa Grande na AP70,
para depois encerrar com um almoço no espaço Criau. O grupo retornou na manhã
dessa quarta (21), com muitas ideias nas malas para tentar incentivar outros
pela organização da negritude do outro lado da fronteira.
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