OS FILHOS DO CRIAÚ E SUA BANDAIA CONTAGIANTE NO XXIII ENCONTRO DOS TAMBORES

O rodar de saia da nega Geovana


Quando eles chegam é sempre significado de energia e animação. O batuque dos Filhos do Criau e diferencial. O batuque na comunidade é conhecido como bandaia e já existe desde as primeiras gerações na vila do Curiau de baixo, a musicalidade é feita de tambores: amasso, macaquito ou amasso, repinique e completando o conjunto pelo menos três (3) pandeiros.  As cantigas são bandaias que retratam o dia a dia ou relembram “causos” como da briga da Maria ou do chuveiro do seu chuteira, a criatividade desses compositores fecunda e intrigantes. Em todo o estado do Amapá tem semelhança só no batuque de São Pedro dos Bois. 


Os Filhos do Criau na sua maioria é composta por membros da família Ramos o que nem sempre, pois tem membros de outras famílias. Esse projeto já traz na sua concepção o resgate do nome original da vila “CRIAÙ”, era assim que os ancestrais e guardiões ainda chamam a comunidade. Esse ano o batuque dos Filhos do Criau fez homenagem aos brincantes que faleceram durante o ano de 2018 como: Renato Ramos, Davina e Seu Arim. Mais isso não foi o suficiente para apagar o brilho de sua apresentação, ainda mais com a presença do “Manécaldo”, mesmo com a deficiência visual não perdeu a audição do seu canto que para quem conhece é único, um senhor que passou a vida no cultivo da roça que durante apresentações se transforma com um microfone nas mãos, mesmo sentado transmite a energia necessária com o entoar de sua voz: Carambola galo já cantou carambola, a e maré não me moía, são alguns dos clássicos cantados por ele.

Nos pandeiros mesmo com a ausência de Renato a sintonia foi garantida por Zé Maria e Pedrão que era o parceiro de Renato, o Zé Maria quando bate no coro do pandeiro faz no contra tempo do Pedrão e o terceiro pandeiro “sustenta “a pegada como se dissera para os outros dois solar


"Esses são os filhos do criaú que faz da sua identidade o seu maior símbolo de resistência"
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Palavras chave: Bandaia do criaú, cultura negra, tradição quilombola, Amapá

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