OS MENINOS DO BATENDO LATA 10 ANOS DEPOIS


Ontem fizeram 10 anos que fiz a primeira matéria destacando as coisas de Amapá, nossa, nela hoje vejo muitos dos meninos daquela época como pais e mães, em destaque Alexandra Cardoso tempos depois cuidava de nossa filha que hoje tem e relatava do quanto essa banda batendo lata foi importante para ela. Vamos relembrar.

Essa prática foi muito comum no Território Federal do Amapá nos desfiles de 7 e treze de setembro. A maioria das escolas de 1.ª e 2.ª graus, movidas pelo sentimento de Civismo, apresentavam a melhor evolução; eu era moleque e nos desfiles da Avenida FAB de longe dava para ver a banda “Oscar Santos”, fazendo a sua evolução, por fim essas coisas perderam sentido. O Território deu lugar ao “Estado” e a maioria das bandas deixou de existir, os instrumentos foram postos numa sala junto ao esquecimento.


Pois, bem! Distante da capital Macapá, no município de Amapá, que foi a primeira Capital do Território, onde ainda se encontra as ruínas a “Base Aérea Naval Militar”. Onde ocorreu a famosa batalha entre brasileiros e franceses no dia 15 de maio de 1895 e sagrou-se herói a figura de Cabralzinho e, vale dizer que muitas dessas histórias se perderam, pois, as autoridades ao longo do tempo não fez questão de preservar, não deram tanta importância para essa data e fatos de nossa história. Esse é um assunto que trato outra vez.

Lembra que falei no início das bandas marciais? Encontrei uma interior do Amapá (em 2010 no dia 6 de julho) que naquela época tentava o resgate de toda essa cultura. O idealista o pai de trigêmeos, chamado de Vílson, os seus filhos foram até uma escola do município chamada “Vidal Negreiros”, de modo a fazerem parte da banda do colégio e lá chegando a receber a notícia que a banda não existia mais, os moleques choraram; com um grupo de 30 garotos, o Vílson pai dos garotos era professor do contrato procurou a escola e recebeu a mesma informação. Vendo a tristeza dos moleques; talvez até para los acalanta, disse: “vamos montar uma banda” veio a pergunta como? Se nós não temos instrumento.

Por fim o contrato do Vílson, acabou não foi renovado, então passou a sobreviver de uma venda que tem conjugado com um salão (hoje funciona só o salão), pois ele é que corta o cabelo da molecada. Atormentado pelos moleques por montar a banda, como não tinha instrumentos, pegou latas de manteiga e o que parecesse com um tambor e passou a ensaiar, depois de quatro anos a banda foi a sensação do lugar, todas as atividades inclusive cívicas “o bate lata” estava lá. O engraçado é que naquela época as autoridades não viam a importância dos Batendo Latas na construção social da própria cidade.



“Destaco que quando chegamos, eu e minha família no município de Amapá percebi uma cidade em discordância com a sua história, passei a ter interesse em valorizar o tradicional, passei então pedi ajuda, divulgar, mas como trabalhava em Macapá, deixei de lado essa ideia”. Aos que por ventura lê esse a tentar me ajudar de qualquer forma a realizar um sonho de toda uma comunidade carente de cultura, pois o que esses garotos precisavam era alguém que lhes desses instrumentos e uma educação musical, pois tudo o que eles fizeram foi intuitivo. É dessa forma que posso ajudar e você?

Bom reescrevendo essa matéria e atualizando, posso dizer que de tudo valeu, porque o bate lata deu origem a bandas maciais existentes hoje no município e as crianças, hoje são pais de famílias e sem dúvida lembram desse tempo e aos que são pais devem já terem lagrimado ao lembrarem dessa banda “BATENDO LATA”relação a Alexandra Cardoso (em destaque na foto de capa) ela foi muito mais que baba de minha filha, hoje minha filha tem 8 anos e sempre que pede para ver a irmã Alexandra Cardoso.

#oviajante
#freedrone1
Por João Ataíde.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

UM DIA 16/06 E OUTRO NO DIA 16/7, EXATOS UM MÊS ACORDAMOS COM A NOTÍCIA DO MESMO FATO: A MORTE DE UM JOVEM PROMISSOR.

No Amapá, Deputada foi vítima de intolerância religiosa e preconceito racial

A PRESENÇA NEGRA NO AMAPÁ E A QUESTÃO ABOLICIONISTA