No Amapá, Deputada foi vítima de intolerância religiosa e preconceito racial


foto Bianca Andrade

Ao acompanhar sua sobrinha que estava com a filha sendo atendida no Pronto de Atendimento Infantil – PAI/AP, a deputada estadual Cristina Almeida (PSB) foi surpreendida na manhã desta terça-feira, 11, por comentários preconceituosos e racistas deferidos por um vigilante que prestava serviço naquela unidade, chamando-a, dentre vários insultos, de “preta macumbeira”.
Diante do fato, Cristina Almeida prestou queixa na administração do PAI, bem como registrou um Boletim de Ocorrência (BO) na 6ª Delegacia de Polícia, localizada em Macapá.
Não é a primeira vez que cenas dessa natureza acontecem, as humilhações e ofensas recorrentes devem ser combatidas com rigor, pois fere a liberdade e a dignidade humana. Não posso fingir que nada aconteceu, não falo somente por ser uma parlamentar, exijo respeito como cidadã. Tive de esperar mais de 2h para saber o nome do vigilante, momento em que a direção do hospital me recebeu e iniciou um processo administrativo contra o mesmo”, desabafou.
Desde a adolescência, Cristina Almeida é militante do movimento negro, uma das fundadoras do Instituto de Mulheres Negra do Amapá – Imena. Foi a primeira vereadora negra do município de Macapá e a primeira deputada estadual negra do estado do Amapá, hoje, secretária executiva da Negritude Socialista Brasileira (NSB), membro da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Amapá, autora de leis em prol da população afrodescendente e desenvolve em seu mandato um trabalho permanente no combate a preconceitos, discriminações e violências.
No Brasil, ao longo dos anos, leis foram criadas para combater o preconceito, como a Lei 7.716, que define os crimes de preconceito racial, no qual a legislação determina a pena de reclusão a quem tenha cometido atos de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Aos que incitarem a discriminação e o preconceito também podem ser punidos. E ainda, como principal aliado nessa luta, a criação do Estatuto da Igualdade Racial.

foto Bianca Andrade

O caso segue para a Unidade de Policiamento Comunitário (UPC-Araxá), delegacia especializa contra vítimas de homofobia, racismo e intolerância religiosa.


Texto e foto: Bianca Andrade.

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