ELIOLINO DE DONO DO “TABOCAL” A VENDEDOR DE PEIXE COM MUITO ORGULHO



Se chegar em Amapá e perguntar por Eliolino Marialvez de Melo, poucas pessoas vão saber de quem se trata, agora se perguntar por “Melo”, vão dizer: “é o amizade lá da beirada que vende peixe”. Essa é a maior referência de um senhor de 62 anos, que conhece como poucos a arte de viver. Nota minha. — em minhas andanças, conheço lugares e, pessoas simples que me chamam atenção em alguns aspectos, e o Melo em especial, é gentileza, da forma do tratamento com as pessoas, sempre com sorriso no rosto. Conheça um pouco desse homem. Ele é filho de um senhor chamado SIVIRINO MARIALVEZ DE MELO, ele chegou em Amapá e se juntou com a sua genitora; e ela só tinha 17 anos, aos todos criaram seus filhos, o SIVIRINO já chegou com 50 ANOS, foi um dos primeiros funcionários da prefeitura municipal da cidade, mas passou pouco tempo ao lado do pai, quando faleceu tinha apenas 4 anos de idade.


Aos 13 já ganhava o mundo, pegou uma catraia e foi para bandas da Guiana francesa, foi aonde levantou uma certa quantia: “trabalhei de tudo lá, fui pescador de camarão, ajudante de pedreiro, fiz de tudo um pouco”, lembrou e deu um sorriso. Quando já tinha uma quantidade suficiente, retornou a sua terra, já tinha os 24 anos, montou uma boate conhecida como “TABOCAL”, muito avançada para o tempo, pois na Guiana já tinha desse estilo, “por dentro tinha um salão com luzes negras, a estrutura parte era em alvenaria e de cima toda trabalhada na taboca, daí o nome tabocal, um luxo, um som todo no vinil (risos). 


O tabocal acabou porque o coração do Melo se apaixonou pela senhora Maria Cesarina Vidal que logo passou a ter o sobrenome Melo e juntos constituíram família, onde tiveram os filhos: Helle Guilherme de Melo, Helcre Guilherme de Melo, Heusk Guilherme de Melo e Helves Guilherme de Melo, nesse meio tempo o Melo se saiu de montar um bar e por ser fã do astro Júlio Iglesias denominou o bar de BAR IGLESIA; um pouco mais calmo e diferente do TABOCAL, desse período ele mostra uns vinil e exibe do cantor predileto. O melo foi um dos comerciantes mais fortes de Amapá, houve um tempo ele se meteu na política e quase põe tudo a perder, mais deu tempo de se condicionar e montou uma venda de peixe e diz: “sou peixeiro com muito orgulho, minha felicidade encontrei aqui, faço um atendimento diferente e acompanho o vai e vem desse rio daqui da porta de minha casa, todas essas árvores aqui na beira fui eu quem plantou e me dar uma felicidade muito grande em olha para traz e ver que valeu muito, tenho saudade do amapá que não existe mais, aqui era a terra do tinha, aqui já teve cinema, salão para homens e outros para as mulheres, associação dos agropecuários, vesperal, acabou tudo”

Esse é o Eliolino Marialvez de Melo, homem simples o qual a gente sempre aprende um pouco, pessoas como ele fazem história e não aparece nos relatos oficiais, essa pessoas guardam uma ótica da narrativa é o outro lado que nunca é ouvido.
Por João Ataíde.

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