PREFEITO O PAULINO E O REBOCO



O Paulino é a figura mais folclórica do bairro do laguinho, se não do Amapá, o homem não tinha escolaridade, mas sabia como ninguém “fazer dinheiro”, tinha a tal fubica, carinhosamente chamada de Socorro e circulava pelas ruas da capital numa velocidade constante de no Máximo 40 km.
Ele recebia em seu estabelecimento diversas autoridades, do Anacleto ao prefeito da cidade, não fazia distinção nem na hora da astúcia. Prendado ao fino trato e no final, na saída tinha de deixar o “dindim”. Todo homem tem por trás uma grande mulher e a dele se chamava Deusa à Deusa era pra tudo, dizem que inclusive para mudar o canal da televisão há 2 metros de distância dele.
— O Paulino tinha como compadre um cidadão chamado Raimundo Azevedo Costa, professor que sempre dava uma passadinha aos fins de semana para jogar aquele baralho, ficava ali e um dia prometeu:  se a sua vida mudasse para ele, mudaria para seu compadre também, mas se tratando de laguinho... Assim, certo dia o compadre se saiu de ser candidato a prefeito de Macapá, não só foi prefeito como foi um fenômeno de voto é ele mesmo Azevedo Costa o homem que disse que a cidade ia brilhar, se brilhou esse é um assunto para outro escritor.
Assim, para fazer jus a sua palavra Azevedo e já prefeito, resolveu presentear o compadre.
— como o Paulino passava o dia fora, o prefeito mandou rebocar a casa do compadre e, esse quando chegou com a Socorro, quase que teve um piripaque...
Já desceu gritando:
— chi, chi Deusa quem fez isso!? A Deusa respondeu alegre.
— foi o teu compadre que mandou rebocar a tua casa, não está lindo Paulino?
— chi, Deusa o dinheiro?
— que dinheiro? E a conversa ficou por ai.
Acontece que o Paulino guardava o dinheiro nos buracos do tijolo, quando ele se deparou com a cortesia do compadre prefeito, viu a sua fortuna ser literalmente rebocada. O resultado dizem que mandou quebrar todo o reboco.


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