O DIA QUE O TOSTE PERDEU PARA O PSIU
Psiu, um autêntico malandro. Daqueles que
habituar-se na noite, que apronta e que não machuca ninguém. Assim foi o
cidadão de pernas finas, dos olhos arregalados e, dono de uma voz que sem
dúvida das mais belas. Quando eu o vi
pela primeira vez, ele me deu uma “botada” e por muito tempo eu acreditei.
— Acontece
que eu fui tomando conta das coisas e, depois eu só ria. Ele falou para mim,
que trabalhava na rádio equatorial; de fato eu depois escutei que ele havia
feito um estágio, mas que não conseguiu ficar, não sei por qual motivo;
— sempre que o via eu falava: fala
psiu! Eu passei a ter uma profunda admiração pelo homem. Ele bastante irrequieto não parava, quer dizer, só quando chegava alguém no bar desacompanhado e gentilmente trazia dois copos : um para o fregues e outro para ele. cara de pau.
ele trabalhava atendendo no do Tio
Duca: um bar que fica na Eliezer Levir ao lado da rádio Equatorial, fui
acompanhando um pouco da trajetória do negão. De palavra fácil que atraia só no
papo eu mesmo sempre que podia ficava a conversar e não entendia porque sempre que
me via me pedia dinheiro, o engraçado e que na minha volta não tinha nem sinal do negrinho perna fina e voz grave.
Uma
vez o vi passando, tudo no branco, sapato preto e eu perguntei
— fala psiu!
Vai a onde?
— vou para a
igreja! Fui tomando conta das coisas e descobrindo, o psiu tomava uma pinga
amuada, na verdade ele vivia mentindo para mim o dinheiro era para uma das suas
pingas diárias. Imagina vocês que o homem era capaz de aprontar de tudo e que
nunca ninguém conseguia fazer mal a ele, logo no laguinho terra de negro bravo.
— o Psiu num
dos ensaios da bateria do Piratas Estilizados tendo como mestre o Toste filho
(falecido em fevereiro de 2019). Uma noite de ensaio e lá vem ele ficava no
portão da Escola Azevedo Costa.
— hoje o Toste
não vem e quem vai dar o ensaio sou eu, os mais desinformados como eu, chegava
e ele e perguntava:
— como e o
toque do tamborim?
— O mais
incrível e que ele era muito cara de pau, fazia todo aquele “H”. Der repente o Toste chegava e ficava por isso
mesmo, o Toste então começa e de vez parava para acerta alguma coisa no meio,
sempre que parava ouvia - se um apito.
— adivinha
quem era! Justamente o “negão”. No primeiro momento o Toste não fez nada, segue
ensaio o apito de novo.
— dessa vez
atrapalhou e parou tudo, o Toste foi ao Psiu e disse: “Puta que pariu” psiu da
um tempo, recomeça o ensaio e novamente o apito.
— o Toste
ficou se perguntando, mas eu já tomei o apito do psiu, e deu aquela “cagada” o
Toste foi novamente em cima do pretinho, quando o Toste chegou junto no psiu ele
já foi entregando outro apito, o toste novamente p. psiu tu está querendo
sacanear mesmo.
— não
professor veja bem! Respondeu ele, logo depois repetiu.
— de movo
quando o Toste foi chegando a ele, já vinha com o apito entregando e dessa vez
o Toste disse.
— deixa-me
ver uma coisa, o psiu estava cheio de apito no pescoço. Esse era o Psiu que
quando morreu foram contados tantos causos ao seu respeito que ao invés de
choro eram risos por todos os lados.
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