MARIZETE DE TORCEDORA A PRESIDENTE DO CLUBE DO CORAÇÃO



Em um universo dominado por homens, surge no extremo norte do Brasil, uma mulher que quebra o senso comum e, se torna a segunda a presidir o Fronteira Esporte Clube, que em 75 anos dedicados ao futebol se rende ao poder administrativo de Marizete.

Andar me faz conhecer narrativas que faço questão de torna-las públicas como essa: o Esporte Clube Fronteira, tradicional do município de Amapá tem como dirigente maior uma mulher, o que não é nenhuma novidade, elas com suas capacidades pujantes, estão ocupando os espaços na sociedade machista e excludentes – brilhantemente.

Quando a encontrei na sede do clube, ela estava auxiliando um grupo de pintores na revitalização do espaço que para ela é o maior patrimônio da entidade nas cores verde e branco, no centro do salão uma pista de dança com porcelanas muito raras, percebi logo que ela não estava no cargo por um acaso.

Nota minha. Ela tem um poder administrativo peculiar das mulheres desbravadoras. O nome dela é Marizete, nascida e criada no município de Amapá a 305 quilômetros da capital Macapá, casada com um apaixonado por futebol, ele já foi treinador, juiz (de futebol) é um faz de tudo pelo Fronteira, Chama-se Zé Maria, ele foi o maior responsável por ela estar à frente desse desafio, enfatizou. Sua família é toda voltada para o esporte: tanto os homens quanto as mulheres, e ela cresceu nesse ambiente, torcedora de beira de campo de vestir camisa, soltar fogos, resume. “Administrar esse clube é dar a minha contribuição, como eu muitos tem esse espaço como uma segunda casa, uma segunda paixão. Eu não sou a primeira mulher a presidir o Fronteira, pois antes teve a Maria do Céu, e não posso esquecer de todos os outros que passaram na presidência eles contribuíram de alguma forma. 

Eu não tenho dinheiro, só tenho disposição e o meu maior desafio é dar a essa associação a visibilidade e reconhecimento público merecido”, ela se refere a ser a segunda organização de futebol a ser fundada em todo o então Território Federal do Amapá e o reconhecimento relevante do seu contexto histórico é sua maior meta. É audacioso, mais é possível e o caminho se inicia pela câmara municipal e Assembleia Legislativa, aonde vai reivindicar os títulos públicos, em se tratando da mulher e administradora Marizete isso não vai ser muito difícil.

A fundação do Fronteira aconteceu no dia 28 de fevereiro de 1944, sendo uma data meio mística: O aniversário é realizado no primeiro sábado de março, acontece que dois dos ex - presidentes faleceram justamente nessa data de fundação, a partir de então, esse dia ficou só como referência em respeito à memória de Jânio Vieira dos Santos e de Maria do Céu Gonçalves Dias.

“Toda sorte a essa mulher formidável que ver reverencia a trajetória histórica do Fronteira esporte Clube”
Por João Ataíde.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

UM DIA 16/06 E OUTRO NO DIA 16/7, EXATOS UM MÊS ACORDAMOS COM A NOTÍCIA DO MESMO FATO: A MORTE DE UM JOVEM PROMISSOR.

No Amapá, Deputada foi vítima de intolerância religiosa e preconceito racial

A PRESENÇA NEGRA NO AMAPÁ E A QUESTÃO ABOLICIONISTA