ESSE É O MEU GRITO DE LEVANTE




Ser avoengo é coisa natural de minha etnia, e digo que tenho orgulho em ser negro, mesmo azafamado me debruço na missão de decifrar os gargalos de políticas afirmativas, difíceis do entendimento de nossa população negra, ora, pois - segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população chega a 205, 5 milhões, com menos brancos e mais pardos e pretos, no entanto, as maquiavelices afirmativas ainda não são levadas a cordato por nossos governantes, visualizando esse senário de maioria de negros no Brasil e fácil ver que também são a maioria: nas penitenciarias, são a maioria na fila do desemprego e a maioria nas estatísticas policiais.

Não precisa ir muito longe para ver a disparidade, um universo onde se destaca a pobreza - ta - na cor “preta”, pode ser visto da janela de cada um, ou pela tela da TV na sala de sua casa. São esses números e na redução deles que as políticas afirmativas foram criadas. Eu sou a favor das cotas, como exemplo, mas também sou um contumaz em dizer que o “negro” deve se qualificar, mesmo com todas as dificuldade impostas pelo racismo institucional.

É “escuro” que mesmo entre nós, existe famílias bastadas vivendo muito bem em seus casarões e parece não precisar, por esses, FANON já se pronunciou muito bem em "Pele negras Mascaras Brancas". Eu me dirijo em especial ao que vive nas comunidades ou vieram pra cidade na busca de qualidade de vida e foram jogados e fadados ao fracasso.

Acredito na informação de forma lúdica, assim, no nós por nós. É preciso que os mais qualificados, qualifiquem os em estado de estratificação social, o contexto histórico só nos apresentou como subalternos, parece que muitos se acostumaram a isso. Eu sei que como eu, muitos pensam nessa redenção, no fortalecimento da população pelo Empoderamento. Sejamos avoengos e fazer como nossos ancestrais que “cruzaram os mares acorrentados, afugentaram a dor do banzo, jogaram os seus mar-abaixo, mas trouxeram nos seus Black a semente para construir uma nova nação – vryheid vir swart mense” (liberdade para o povo preto em Africanêr)

João Ataíde

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