PIRATAS ESTILIZADOS 45 ANOS VALORIZANDO AS PERSONALIDADES DO BAIRRO DO LAGUINHO
fotos agremiação |
“Pirata
vem lá do laguinho, com muito amor no coração, homenagem aos valores que
tivemos e que perdemos o nosso Julião: Germano, Falconeri, Luiz, quando
desfilavam o povo ficava feliz, não sou eu quem falo é o povo quem diz”, esse é
uma parte do samba de Irlam do Laguinho e Aureliano Neck, antagônico, de
valorização aos brincantes da escola do coração do laguinho. Ela nasceu
do ajuntamento de emoções de dois grupos, um de movimento pela vontade de
brincar o carnaval de rua e já de princípio exibia fantasias suntuosas e um
outro de criar um bloco, do bairro central.
A data da fundação
é de 5 de janeiro de 1974,em resultado do encontro desses anseios e no dia citado,
aconteceu de uma reunião na sede dos
escoteiros Veiga Cabral (Av: Eliezer Levir- laguinho), com o estímulo do “grande”
chefe Humberto, em registro estiveram nessa reunião: Augusto, Celi Del Castilho
(primeira presidente), Carlos Preto, Babalão, Carminha Toste, professor Mozart
(escoteiro chefe, professor de referência do bairro), Graça Lobato, Consolação,
Zeca Cangaceiro, Pedro Ramos (irmão de Neck e tocador de repique), Rita, Mario
Correa e muitos outros que igualmente merece a referência.
fotos agremiação |
O nome
foi dado pela presidente, que já o utilizava no bloco de carnaval de salão nos
clubes da cidade de Macapá. Seu símbolo, um menino pirata onde se criou o senso
comum de Piratinhas, nas cores: verde, laranja, preto, amarelo e branco, com o
tempo as cores preto e laranja viraram as cores de maiores destaques na
agremiação.
fotos arquivo da agremiação |
Foram
anos desfilando como bloco o que levou a um desafio maior, e em 1980, desfila
como escola de samba do segundo grupo, vale um registro, em 1981, foi o naufrágio
do novo Amapá em que vitimou muitas pessoas ligadas a agremiação foi a
espiração para Ilan e Neck comporem
o samba “homenagem aos valores do bairro”, um misto de gratidão, valorização, a
escola em plena FAB no retorno do carnaval, ainda chorava os seus mortos com
alegria brincando o carnaval.
A escola
só passou a existir de fato e de direito em 1989, com o nome de – GRÊMIO
RECREATIVO ESCOLA DE SAMBA PIRATAS ESTILIZADOS - nessa trajetória, a agremiação
foi campeã em 1996, com o enredo “risos e lagrimas no palco da ilusão” do
carnavalesco Paulo Rodrigues e samba de Carlos Piru e Cristina Sá. Em alguns
aspectos do carnaval o Piratas estilizados foi o primeiro: Ala coreografada,
comissão de frente impecável com coreografia, alegorias com movimentos e
esplendidos acabamentos em tecnologia da época, isso ainda no tempo de carnaval
de avenida FAB, quando as comissões vinham na frente apenas os fundadores
acenando para as arquibancadas o Heraldo Almeida já inovava trazendo mulheres
semi nuas com coreografia, vale esse registro.
A
agremiação foi campeã em 1996, último ano de desfile na avenida FAB com o
enredo “risos e lagrimas no palco da ilusão” do carnavalesco Paulo Rodrigues e
samba de Carlos Piru e Cristina Sá.
Nesse
ano de 2019, o presidente é o jovem Diego Armando da grande família que nasceu
no quintal fecundo de toda essa trajetória de gloria dessa agremiação e ladeado
com o Mauricio Correa, tem a missão de dar
continuidade, juntamente com a sua diretoria em seguir nas diretrizes dos
Piratas Estilizados, em manter como uma agremiação que trata muito mais que
samba, trata-se do enlace familiar das famílias tradicionais do laguinho.
“Olá e Fafá, olha a e GEGE, olha ai Lulu
que nós vamos dizer, vocês foram embora e nós lembramos vocês” samba de 1984.
Texto João Ataíde – licenciado em
história, pesquisador cultural.
Fontes: Cartilha a história do samba no Amapá
2004, organizada por Carlos Pirú, entrevistas Aureliano Neck e Mario Correa.
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