RELAÇÃO TRANSFRONTERIÇO - CARA - CÚ


Bem poderia se chamar: cara cú. Convivendo nessa ponte há pelo menos 7 anos, vejo que os do lado de lá da ponte tem mais privilégios ao Brasil do que nós brasileiros a Guiana. São incontáveis relatos e, de coisas que já vi do lado de lá “quando passamos pela entrada que vai pra Cayenne, vemos algumas cruzes nas margem, são pessoas que morrem sem uma identidade e são enterrados como indigente”, esse foi o relato de Jane da DPAC FRONTEIRA,  “Não vamos para o garimpo porque queremos, vamos para o garimpo porque o nosso país não nos oferece condição de trabalho, eles nos humilham, nos batem, não existe respeito para com a gente, mesmo documentado– eu grito não só por mim, grito por aqueles que estão lá dentro do garimpo que morrem e ninguém sabe”, foi o que falou a presidente da associação de mulheres de Vila Brasil - Claudimar Morais.
 
foto pessoal
Segundo parte de relatório de DEPAC (Desenvolvimento, Prevenção, Acompanhamento e Cooperação de Fronteira) -  Mulheres da cidade de Oiapoque são convidadas a trabalhar como cozinheiras em garimpo clandestinos na Guiana Francesa, com promessas de boa renumeração e depois obrigadas a trabalhar em vários outros tipos de trabalho (exploração sexual). Existe um fluxo migratório indocumentado de mulheres adultas em Caienna   e Suriname, para trabalhar no mercado da prostituição local.


Elas atravessam o rio Oiapoque, utilizando as catraias e se deslocam pelas trilhas, igarapés e ramais existentes na floresta com guias; Mulheres adquirem dividas com os donos dos hotéis e bordeis onde trabalham, sendo necessário negociar os dividendos para retornarem ao seu local de origem. Ameaças de entrega-las as autoridades locais por estarem ilegal no pais dificulta ainda mais seus sonho de ganhar dinheiro. Além das brasileiras, encontram-se as de países como Colômbia, Haiti, Republica Dominicana e da própria Guiana Francesa. Muitos vão em busca de melhoria de vida, o Barão do Rio Branco, ministro das Relações Exteriores, conseguiu que fossem estabelecidos limites territoriais entre Oiapoque e Guiana francesa, contudo, os dois lados sempre estabeleceram contatos, muitos de forma parental.

Ao longo dessa relação, o que é vexatório são os tratamentos por parte das autoridades francesas, como, as autoridades brasileiras não acompanham essa problemática dos brasileiros, mesmo os de forma legal vivendo na Guiana, as coisas deploráveis permanecem: Os bairros de brasileiros constantemente vigiados mesmo os que contribuem com impostos, espancamentos na hora da deportação, os mandando cada vez mais longe de seus domicílios no Brasil. Enquanto do lado brasileiro, parece que o Oiapoque é guianense, pois muitos atravessam na hora que bem entende, se hospedam nos hotéis sem nenhum controle ou carimbo de passaporte, não pagam seguro para trafegar com seus carrões em Oiapoque, que reciprocidade é essa? Em solo francês, o principal trabalho é braçal, esses quando são apanhados, mesmo estando com documentação são expulsos sem nenhum direito a nada, quando morre algum brasileiro do lado de lá os outros fazem vaquinha para enviar o corpo aos seus familiares no "Brezil".


 Essa é a verdadeira relação cara cú, onde a França entra com a cara e o Brasil com …falta as nossas nobres lideranças políticas, habilidade como teve o Barão do Rio Branco em 1900 do presidente da suíça (Confederação Helvética) Walter Hauser, que expediu o Laudo suíço dando ganho de causa ao Brasil da questão do contestado, esse pobre homem deve estar se revirando no sepulcro, pois as nobres mentes entregaram de mão beijada esse rincão aos nobres amigos franceses.

#TRANSFROTERIÇO 

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