Todos e todas agora viram “todxs” ou “tod@s”


De repente, você deve esta se perguntando, x e s no lugar dos o s? Saiba porque, o xs vem tomando conta de parte da comunicação usual de todxs. E dessa forma, me utilizo de um texto já batido, mas vale apena requentar a informação.
O uso destes códigos é um recurso utilizado principalmente em redes sociais para que haja neutralidade de gênero – em vez do emprego do masculino. Adeptos de movimentos feministas e LGBTs, por exemplo, defendem a escrita de frases como “Todxs xs alunxs foram à aula”, em vez de “Todos os alunos foram à aula”.

Todos e todas agora viram “todxs” ou “tod@s”
Uma nova grafia do prenome “todos” começa a ser utilizada por aqueles que defendem igualdade de gêneros.


Ou que acham que a linguagem semeia o preconceito.
A grafia se espalha por movimentos sociais e na rede.
Em outras palavras: suprir o gênero na linguagem seria uma forma de inclusão ao reduzir a opressão.
No Brasil, é longa a discussão entre o uso de presidente ou presidenta.
Corremos o risco agora da polêmica se transferir para ex-presidente ou ex-presidenta.
Eu gostava do todos(as).
Exemplo: todos(as) os(as) interessados(as)
Virou “todxs xs interessadxs”.
Sarney sempre começava os discursos com “brasileiros e brasileiras”. Lula com “companheiros e companheiras”.
Pela nova grafia defendida por ativistas, seria então “brasileixs”, “companheirxs”.
Tem alguns que preferem “tod@s”, o que é simpático, já que o arroba parece uma junção do artigo masculino em volta do feminino.
Tem uns que defendem “todes”.
Tem o estilo Mussum: “todis”.
Se bem que “todxs xs interessadxs” já parece o começo de um discurso do personagem mítico dos Trapalhões.
Mas se a interferência na grafia satisfaz grupos defensores da igualdade de gêneros, ela atrapalha outro grupo numeroso, que reclama: os deficientes visuais.
Eles alertam que a mudança na grafia dá pau em seus leitores digitais de audiodescrição.
E agora?
Gosto do que escreveu Oscar Abreu da Silva no Coletivo Metranca:
Sinceramente, não acho que a língua oprime. A linguagem é ferramenta, neutra, que pode ser usada com intuito de oprimir, repetindo: pode. Não discordo do fato que a linguagem é muito utilizada para a opressão, e talvez seja até a ferramenta mais utilizada. Mas a ideia de que a linguagem em si oprime me parece um tanto quanto exagerada. O discurso é sempre ambivalente, como disse no início do texto, aberto a interpretações, por isso convido aos companheiros dos movimentos sociais que ampliem sua gama de interpretações. Seria prudente ou sensato, entender que uma mudança do paradigma machista, por exemplo, passa por essa mudança na linguagem? Eu me preocuparia mais com as associações de significantes, essas sim são perigosas.
http://coletivometranca.com.br/questoes-de-genero-na-linguagem-todos-todas-todxs/


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