Terreiros de todo Brasil se unem entorno do resguardo de sua ancetralidade


Um sentimento de descaso foi o que norteou a roda de conversa desta quarta-feira (20), no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com a religião de matriz africana de Macapá. 

O encontro aconteceu por um chamamento do órgão, que mediante pedido dos terreiros tombados da Bahia, resolveram fazer uma mobilização Nacional, para que medidas sejam tomadas contra todas as formas de intolerâncias que a religião vem sofrendo: casas sendo destruídas, pais de santos sendo assassinados e uma ação que transita no STF, que criminaliza o sacrifício de animais nos terreiros, onde o desembargador Araken de Assis, relator da ação do TJ-RS, considerou que a garantia da liberdade religiosa e de culto impede a incidência do artigo 32 da Lei 9.605/98 ou do artigo 64 da Lei de Contravenções Penais, que criminalizam os maus-tratos contra animais. Dessa forma, o Iphan faz a articulação para que no dia 26 de setembro o segmento faça uma vídeoconferência nacional para que sejam tomadas as medidas.

Algumas casas compareceram e entre elas, a deputada Cristina Almeida, que sofre diariamente com a intolerância, disse que não pode negar as suas origens, e dessa forma se colocou à disposição do movimento dos terreiros na busca de conscientização.
 

Engana-se quem acha que o Amapá é uma exceção dos consecutivos abusos cometidos no resto do Brasil, pois um relato da casa do Pai Júnior no Distrito do Coração, comoveu a todos. A mãe de santo Josilana, juntamente com seus irmãos, relataram que a casa existe há 20 anos, e que há uns 3 anos vem sofrendo com assaltos, saques e vandalismo de toda ordem, Em uma das vezes, o babalorixá Júnior foi torturado e quase perde a vida com tiro.

Nesse momento de emoção e comoção os relatos seguiram: “Nosso pai é forte e guiado pela fé, não sei como ele ainda resiste, os ladrões levam até fiação elétrica, material de construção, temos que andar com o nosso sagrado nas mãos” ressaltou Josilana.
 
Isso não se trata de um fato isolado, como esses, acontecem todos os dias em Macapá. Hoje existe uma delegacia de crime especializado, entretanto, mesmo que faça denúncia não toma as medidas cabíveis.
Então fica o convite para o dia 26, no Iphan, para uma videoconferência com o resto do brasil para fatos como esse não seja um fato isolado.

Palavra chave: Casas de terreiros de Macapá, Mobilização nacional, IPHAN

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