Saramaka
Saramaka
O
povo Saramaka
(autônimo: saamáka
së̀mbë̀)
é um dos povos marrons (marroons)
do Suriname
e da Guiana
Francesa .
São descendentes de africanos
originários de diferentes povos e regiões levados na condição de
escravos
para
as plantações de cana-de-açúcar
da antiga Guiana
Holandesa
e que eventualmente conseguiram escapar para as florestas do
interior, construindo comunidades autônomas que resistiam à
escravidão.
Isolados
na floresta
amazônica
pelo medo do escravismo e amparados por um tratado de paz assinado
com os holandeses
em 1762, os Saramaka recriaram as organizações sociais de povos
e constituíram uma sociedade original, com normas, política,
religião e língua próprias, à semelhança dos povos indígenas
da região.
A
cultura saramaka sofreu grandes ameaças com a construção da
Hidroelétrica
de Brokopondo, no Rio
Suriname (década de 1960); com a guerra civil surinamesa (década
de 1980) e com a concessão unilateral a empresas estrangeiras de
direitos de exploração de recursos naturais situadas no território
tradicionalmente ocupado pelos Saramaka sem aviso ou consentimento do
povo.
Em
2007, uma ação movida pelo povo saramaka culminou na sentença
proferida pela Corte
Interamericana de Direitos Humanos que considerou lesivas aos
direitos do povo Saramaka as tais concessões outorgadas pelo
Suriname. Desse modo condenou o país a indenizar o povo Saramaka
pelos danos causados, a adotar medidas adequadas de acesso à justiça
e a reconhecer a personalidade jurídica do povo Saramaka, entre
outras condenações.
Etimologias
"Marrom"
é um vocábulo proveniente do espanhol
cimarrón,
cujo significado original era "selvagem" ou "não
domesticado". Durante a conquista espanhola das Antilhas,
eram assim denominados os indígenas (e, posteriormente, os escravos
africanos) que se refugiavam nas montanhas mais altas e inacessíveis
das ilhas para escapar das incursões espanholas (ou seja, o termo se
referia aos revoltos que fugiam para cima,
para os cumes das montanhas).
Posteriormente,
a expressão se popularizou e gerou derivados por todo o Caribe:
maroon,
em inglês;
maron,
em holandês;
marron,
em francês;
e mawon,
nos crioulos haitiano
e antilhano.
Hoje, "marrom" possui a mesma conotação do termo
brasileiro quilombola:
africanos escravizados que fugiram do cativeiro e seus descendentes.
No
Suriname,
utilizam-se os principalmente os termos maron
e bush
negro
(literalmente: "pretos do mato") para se referir a essas
populações. Na Guiana
Francesa, são correntes os termos noir
marron
("negro marrom", em francês),
bushinengé
("negro da floresta", em nengeetongo)
e nègmawon
("negro marrom", em crioulo).
Por
sua vez, saramaka
faz referência ao Rio
Saramacca, curso d'água para onde originalmente os ancestrais
dos saramaka atuais se dirigiam para escapar da escravidão (embora o
moderno território saramaka se encontre quase em sua totalidade às
margens do Rio
Suriname). Indígenas aruaques
denominavam esse rio de Surama,
provavelmente a origem etimológica de saramaka.
População e Território
Atualmente,
o povo Saramaka é composto por cerca de 90.000 pessoas distribuídas
em sessenta e três comunidades. Juntos, os seis povos marrons do
Suriname
(aluku/boni, kwinti, matawai, ndjuka, paramaka e saramaka) compõem
21% da população desse país e 23% da população da Guiana
Francesa, a maior população de escravos africanos fugitivos do
mundo.
Seu
território tradicional (saamáka
kö́ndë)
compreende as matas e rios de uma pequena parte do baixo Rio
Saramacca e as imediações de quase toda a extensão do Rio
Suriname. Parte dos Saramaka vive fora do território
tradicional, como em Paramaribo,
no litoral da Guiana
Francesa (principalmente em Kourou
e Caiena) e na
Holanda.
fonte https://pt.wikipedia.org
Excelente matéria. É bom saber da história da nossa família. Valeu João.
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