saci-pererê
foto Eduardo Mojui. |
O
saci,
também conhecido como saci-pererê,
saci-cererê,
matimpererê,
matita
perê,
saci-saçurá
e saci-trique,
é um personagem bastante conhecido do folclore
brasileiro. Tem
sua origem presumida entre os indígenas
da Região
das Missões, no Sul
do país, de onde teria se espalhado por todo o território
brasileiro.
A
figura do saci surge como um ser maléfico, como somente brincalhão
ou como gracioso, conforme as versões comuns ao sul.
Na
Região
Norte do Brasil, a mitologia
africana o transformou em um negrinho
que perdeu uma perna lutando capoeira,
imagem que prevalece nos dias de hoje. Herdou também, da cultura
africana, o pito, uma espécie de cachimbo
e, da mitologia europeia, herdou o píleo,
um gorrinho vermelho usado pelo lendário trasgo.
Trasgo é um ser encantado do folclore do norte
de Portugal, especialmente da região de Trás-os-Montes.
Rebeldes, de pequena estatura, os trasgos usam gorros vermelhos e
possuem poderes sobrenaturais.
Etimologia
Representação
O
saci é um negro jovem de uma perna só, portador de uma carapuça
sobre a cabeça que lhe concede poderes mágicos. Sobre este último
caractere, é de notar-se que, já na mitologia
romana, registrava Petrônio,
no Satiricon,
cujo píleo conferia poderes ao íncubo
e recompensas a quem o capturasse.
Considerado
uma figura brincalhona, que se diverte com os animais e pessoas,
fazendo pequenas travessuras que criam dificuldades domésticas, ou
assustando viajantes noturnos com seus assovios – bastante agudos e
impossíveis de serem localizados. Assim é que faz tranças nos
cabelos dos animais, depois de deixá-los cansados com correrias;
atrapalha o trabalho das cozinheiras, fazendo-as queimar as comidas,
ou ainda, colocando sal nos recipientes de açúcar ou vice-versa; ou
aos viajantes se perderem nas estradas.
O
mito existe pelo menos desde o fim do século
XVIII ou começo do XIX.
Papel do mito
A
função desta "divindade" era o controle, sabedoria, e
manuseios de tudo que estava relacionado às plantas
medicinais, como guardião das sabedorias e técnicas de preparo
e uso de chá,
beberagens e outros medicamentos feitos a partir de plantas.
Como
suas qualidades eram as da farmacopeia, também era atribuído, a
ele, o domínio das matas onde guardava estas ervas sagradas, e
costumava confundir as pessoas que não pediam a ele a autorização
para a coleta destas ervas.
O
primeiro escritor a se voltar para a figura do saci-pererê foi
Monteiro
Lobato, que realizou uma pesquisa entre os leitores do jornal O
Estado de S. Paulo.
Com o título de "Mitologia Brasílica – Inquérito sobre o
Saci-Pererê", Lobato colheu respostas dos leitores do jornal
que narravam as versões do mito, no ano de 1917. O resultado foi a
publicação, no ano seguinte, da obra O
Saci-Pererê: resultado de um inquérito,
primeiro livro do escritor.
Palavras
Chaves: Cultura. Comunidades Quilombolas. Direito étnico. Ação
afirmativa.
Comentários
Postar um comentário