Memória da Escravidão
O projeto Preservação da memória da escravidão em São Paulo no século XIX, apoiado
pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento dos Arquivos
Ibero-americanos (ADAI), fundo financeiro multilateral do governo
espanhol ao desenvolvimento arquivístico, foi elaborado com o objetivo
de promover a organização arquivística, catalogação, preservação e
difusão dos documentos sob a guarda do Arquivo Público do Estado de São
Paulo (APESP) referentes à temática escravocrata. O conjunto
documental em evidência, originário de diversas fontes produtoras, foi
legado ao APESP em meados do século XX e sistematizado segundo
critérios temáticos, cronológicos e institucionais, fatores
simplificados que dificultavam o acesso do consulente à respectiva
documentação. Nesse ínterim, o atual sistema de arranjo foi organizado
com o objetivo de concatenar preservação e difusão documental.
O conjunto
de documentos é composto por 11 caixas arquivo e 20 encadernados, e
abrange o período de 1764 a 1890. A documentação abordada no projeto
provém de diversos órgãos administrativos presentes na Província de São
Paulo no século XIX, tais como: Ministério da Agricultura, Comércio e
Obras Públicas; Palácio do Governo da Província de São Paulo;
Presidência da Província de São Paulo; Ministério da Guerra; Câmaras
Municipais da Província de São Paulo; Juntas Classificadoras de
Escravos; Paróquias dos municípios da Província de São Paulo e
Coletoria das Rendas Gerais. Majoritariamente, a documentação é
composta por ofícios das Juntas Classificadoras de Escravos dos
municípios da Província enviados ao Palácio do Governo e por registros
dos ofícios enviados do Palácio da Província às Câmaras Municipais,
entidades responsáveis pela execução dos trabalhos das Juntas
Classificadoras de Escravos. Outros documentos também são relevantes:
atas das reuniões das Juntas Classificadoras de Escravos, relações dos
escravos matriculados nos municípios, cartas instrutivas sobre doenças
contagiosas procedentes do tráfico negreiro e ofícios trocados entre as
instituições administrativas do Governo Imperial acerca da política
emancipacionista.
O banco de
dados, elaborado com o intuito de promover eficiente acesso à
documentação, tem como base seis campos que relacionam o conteúdo
documental à imagem digitalizada e íntegra do documento. A pesquisa
pode ser realizada por qualquer um dos campos de maneira independente
ou relacionando mais de um filtro por busca, para uma pesquisa mais
precisa – nesse caso, é possível não obter nenhum resultado válido.
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