Anacleto ou simplemente Psiu. No dia em que o Luiz Toste perdeu pra ele.


foto museu da imagem do Teatro das Bacabeiras
O MALANDRO DO LAGUINHO

   Anacleto ou simplesmente Psiu, um autentico malandro. Daqueles que vive na noite, que apronta e que nunca consegue machucar ninguém. Assim foi o cidadão de pernas finas, dos olhos arregalados e, dono de uma voz que sem dúvida, uma das mais belas que se ouviu.  Quando eu o vi pela primeira vez, ele me deu uma “botada” que por muito tempo eu acreditei.  




- Acontece que eu fui tomando conta das coisas e, depois eu só ria. 
Ele falou para mim, que trabalhava na rádio equatorial; de fato eu depois escutei que ele havia feito um estágio, mais que não conseguiu ficar, não sei por qual motivo;
- sempre que o via eu falava: fala psiu! Eu passei a ter uma profunda admiração pelo homem. Ele só vivia andando. 
Eu era escoteiro do grupo Veiga Cabral, localizado no laguinho, as nossas reuniões eram aos sábados e sempre tinha que passar na frente do Tio Duca: um bar que fica na  Eliezer Levy ao lado da rádio Equatorial e fui acompanhando um pouco da trajetória do negão. Era de palavras fácil que atraia só no papo, eu mesmo sempre que podia ficava a conversar e não, entendia porque sempre que me via me pedia dinheiro (sabe de nada inocente), o mais engraçado e que na minha volta...ja tinha sumido.

Uma vez estava ele tudo no branco, sapato preto e eu - perguntei fala psiu! Vai a onde? - vou para a igreja! 
Fui tomando conta das coisas e descobrindo que o psiu tomava uma pinga amuada, na verdade ele vivia mentindo para mim, e que o dinheiro era para uma das suas pingas diárias. Imagina vocês, que o homem era capaz de aprontar de tudo e, que nunca ninguém conseguia fazer mal a ele, logo no laguinho terra de negro bravo.
- O Psiu que na verdade se chamava Anacleto, num dos ensaios da bateria da escola de samba Pirata Estilizados, tendo como mestre o Toste filho.  Era mais uma noite de ensaio, e lá vem ele antes do ensaio começar ficava no portão da escola Azevedo costa.
– hoje o toste não vem e quem vai dar o ensaio sou eu, os mais desinformados como eu, chegava ate ele e perguntavam: como e o toque do tamborim?
- O mais incrível e que ele era muito cara de pau e fazia todo aquele “H”.  Der repente o toste chegava e ficava por isso mesmo, o Toste então começa e de vez em quando o toste parava para acerta alguma coisa no meio e sempre que parava ouvia - se um apito.
- Adivinha quem era! Justamente o “negão”. No primeiro momento o Toste não fez nada, segue o ensaio e o apito de novo.
- Dessa vez atrapalhou e parou tudo, o Toste foi ate o psiu e disse.
- “Puta que pariu” psiu da um tempo, recomeça o ensaio e novamente o apito.
- o Toste ficou se perguntando mais eu já tomei o apito do psiu, e deu aquela cagada o Toste foi novamente em cima do pretinho, quando o Toste chegou ate o psiu ele já foi entregando outro apito o toste novamente p. psiu tu esta querendo sacanear mesmo.
– Não professor veja bem! Respondeu ele, logo depois repetiu.
– De movo quando o toste foi chegando ate ele, já vinha com o apito entregando e dessa vez o toste disse.
- Deixa-me ver uma coisa, o psiu tava cheio de apito no pescoço. Esse era o psiu que quando morreu foram contados tantos causos ao seu respeito, que ao invés de choro eram só risos por todos os lados.

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