Professor de Medicina chama porteiro de "preto safado" e é preso em flagrante
Redação Pragmatismo
Editor(a)
Médico cardiologista e professor universitário é indiciado por injúria racial e preso em flagrante após chamar porteiro de "preto vagabundo e safado"

Médico cardiologista Herbert Monteiro da Silva
(esq) fala ao telefone com sua advogada enquanto policiais militares o
aguardam em sua residência
Herbert Monteiro da Silva, que também é médico
cardiologista, xingou o porteiro do edifício de “preto safado e
vagabundo”. Sem o controle para abrir o portão da garagem, ele se
irritou porque o funcionário teria demorado a auxiliá-lo a abrir o
portão manualmente.
O síndico do prédio foi acionado depois que vários
moradores do condomínio presenciaram as agressões racistas e se
posicionaram em defesa do porteiro.
De acordo com o relato do síndico, que é advogado,
tudo ocorreu porque Herbet se recusou a obedecer a uma norma do
condomínio em que cada morador é obrigado a utilizar o controle do
portão da garagem.
“A norma do condomínio é que todos tenham seu
controle para desobrigar que o porteiro deixe a guarita para abrir o
portão da garagem, isso foi votado em assembleia”, explicou Wagner
Ferretti.
A polícia foi chamada logo depois pelo síndico e o
médico resistiu a ser conduzido para a delegacia. Por conta da recusa em
abrir o seu apartamento, a PM arrombou a porta e entrou no local.
Ao ser preso em flagrante, o professor foi
acompanhado de sua advogada e pagou fiança de R$ 5 mil para sair da
cadeia. Ele vai responder o caso em liberdade.
Defesa protesta
Sueli Silveira, advogada do médico, diz que seu cliente foi vítima de abuso de autoridade.
“A polícia cometeu uma atrocidade sem precedentes.
Meu cliente me ligou e disse que havia tido uma discussão e que a PM
estava lá. Disse para ele não abrir a porta e esperar eu chegar. Mas,
quando cheguei a porta estava arrombada. Não existe na norma jurídica a
polícia entrar na casa de alguém sem mandado e sem ordem judicial”,
criticou Sueli Silveira.
Para a advogada, o flagrante em questão foi
forjado, já que quando ela chegou ao prédio já havia profissionais da
imprensa no local.
Em entrevistas para a mídia local, o médico disse que não houve racismo, mas “apenas uma discussão mais acalorada”.
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