Intervenções na Amazônia maquiam problemas, aponta pesquisador
Intervenções na Amazônia maquiam problemas, aponta pesquisador
Degradação na Amazônia (Foto: Vinícius Mendonça / Banco de Imagens do Ibama)
As políticas ambientais
pensadas para a Amazônia são paliativas e as políticas de cunho
desenvolvimentistas favorecem mais aos grupos econômicos externos à
região do que aos amazônidas. É isso que afirma o pesquisador Michel
Cantagalo, autor de uma tese de doutorado sobre o tema pela Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP em Piracicaba
(SP).
Intitulada “Degradação e
preservação: uma análise histórico-econômica das ocupações humanas na
Amazônia”, a pesquisa de Cantagalo, que é professor do IFSP (Instituto
Federal de São Paulo) em Piracicaba, aponta que a destruição da floresta
está diretamente relacionada à entrada e ao avanço do sistema de
mercado na região.
Cantagalo afirma que o
problema da Amazônia começa com o colonizador e ele vai crescendo e se
expandindo. Segundo ele, os primeiros dados estatísticos são de 1920,
1940 e ali já dá para ver que a Amazônia estava sendo degradada. Em sua
tese, ele se baseou em análise dos dados dos censos agropecuários de
1920 a 2006, além de ampla revisão bibliográfica para elucidar a
hipótese central da tese.
Segundo Cantagalo, as
intervenções governamentais na região são para maquiar os problemas, sem
interferir nos interesses econômicos. O pesquisador destaca que quando
surgem as políticas ambientais para a região, elas são simplesmente para
tentar corrigir um desmatamento,
nunca para propôr um desenvolvimento para a região, nunca para focar na
autonomia ou nas potencialidades específicas daquela população.
O pesquisador ainda vai mais longe. Para ele, a política ambiental na região é sempre uma tentativa de modernizar, mas no sentido de tornar tecnológico e incluir em mercados globais, nunca de olhar para a região com suas especificidades. (pulsar/ciclovivo)
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