Comunidade Quilombola de Tapereira.
contraste social |
A região do jari,
vasta de uma biodiversidade inestimável, onde o social tem a sua
disparidade, o rico e a miséria entra em contraste por fumaças
brancas e negras, cortadas por um rio. Ao desembarcar nesse cenário
fascinante em busca de um passado; ainda que distante e, totalmente
fora de uma compreensão lógica de nossos ancestrais. Nossa viagem
inicia no dia 30/07/11 as 5:00 da manhã João Ataíde, Rivanda
Lino, Marlucio Cabral e Gabriel Penha, nos acompanhando nessa
odisseia rumo ao desconhecido, o senhor Josivaldo (neguinho).
Rivanda Lina, Josivaldo (Neguinho), Cabral e João Ataíde. |
A proposta era de
chegar a uma comunidade chamada Tapereira; que no momento não
sabíamos o significado. Nossa chegada a Laranjal do Jarí foi as
13:00 de sábado,onde pernoitamos e logo pela manhã do domingo
pegamos a balsa atravessamos para Monte Dourado as 6:00 ,munguba do
Jari (Beiradinho), e Aterro do Mutuacá, onde iniciamos a segunda
fase da viagem.
Quando chegamos ao
aterro, pegamos uma voadeira e subimos o rio Muriacá, passando por
diversas comunidades ao longo da margem direita: Miriatuba, Santa
Helena, Vila Nova, Comercio, enfim, o rio se divide em: Baixo, Médio
e Alto Cajari, o nosso destino fica localizada no Médio.
Passando pelo encontro
dos rios que separam Jarí e Mazagão, uma emoção nunca vivenciada
antes nos atinge, e a cada momento nossa angustia aumentava, pois
não sabíamos o que iríamos encontrar e a outra pergunta geral
- como esse povo de negros, foram se estabelecer tão longe ?, que
segundo eles, o endereço inicial seria justamente Mazagao Velho.
Imaginemos todos nós
simultaneamente o quanto andaram esses pobres em busca de liberdade.
Tapereira, e agora já mais embasado da oralidade dos moradores tem
o significado de lugar de espera, segundo a linguagem indígena o
que alias é muito fácil encontrar peças de louças descobertas
pelo meio do mato, a comunidade está dentro da área extrativista
do Cajari, o fato que nos chamou atenção é que o seu morador mais
antigo Benedito Flexa (in memoria) filho de Alexandre Vastavares,
tinha os seus 77 anos nascido no lugar, segundo ele o seu avô veio
de Macacá ou Mazagão juntamente com sua avó Vicência e tiveram
10 filhos: Manoel Tavares, Elza Tavares. Claudina Tavares, Domingas
Tavares, Raimundo Tavares, Manoel Tavares, Estácio Tavares, José
Tavares, João Tavares, Eva Tavares, e o único que permaneceu no
lugar foi o seu domingo constituindo família e o elo de toda essa
história é um irmão João Tavares Flexa que trabalha em Mazagão
Novo, a Reserva Extrativista do Rio Cajari é uma unidade de
conservação Federal do Brasil, categorizada como reserva
Extrativista e criada por Decreto Presidencial em 12 de março de
1990 numa área de 481.650 hectares no Estado do Amapá e fica a
pergunta - quem chegou primeiro?.
Benedito Flexa |
A comunidade não
tinha o básico de saneamento, saúde. A educação é assistida do
ensino fundamental e a maior parte dos seus moradores, em media
30,40 anos são analfabetos. Tudo o que se consome tem produção
coletiva. O lugar por ter sido moradia de índios é muito fácil
encontramos por suas cercanias pedaços de lousas de barros
desenterrados e com toda certeza deve haver muito mais enterrados, o
lugar é um enigma só.
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comunidade de Tapereira |
A verdadeira identidade de um povo se
conhece pela sua história (João Ataíde)
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